Armazenamento

Estou apática,

Cada célula de meu corpo está murcha,

Infundada,

As tuas poesias múltiplas.

[Falecida.

Eu escuto mais que vejo, meu olhar me deixa cega... Desdenhando na tristeza, talvez minha apatia seja séria... Minha ausência persistente, não me deixa interagir, eu sei, eu sei, tem dias que até eu quero fugir de mim...

Mas nenhum frasco de analgésico, irá diminuir a minha dor...

Não era amor...

Entre as vírgulas e os pontos,

Eu te encontro,

[Em reticências...

Estou cansada de desencontros,

De tanta impotência.

Eu só quero o vazio do espaço,

Para que possa preencher o vácuo que está aqui dentro...

Meu corpo está em colapso,

Putrefato aos quatro ventos.

Eu já não suporto mais,

Tantas perdas me deixam inconsciente,

Eu só queria um pouco de paz,

Mas tem muita barulho em minha mente...

E embora o silêncio seja recorrente,

E minha solidão seja diária,

Eu ainda prefiro esse quarto forrado e quente,

Do que ver partirem minhas muralhas...

—no meu silêncio recai, a inquietude do universo.

Natália Reis de Assis
Enviado por Natália Reis de Assis em 26/11/2020
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