VOZES SILENCIOSAS
Nos trilhos, vagões,
pessoas distantes,
presentes na ausência do nada
sentem a vida escorrendo sem palavras
e tua palavra corre como sangue
nas veias em ebulição.
No turbilhão de mentes vazias,
dementes, seres aleatórios
caminham, silenciosas vozes.
Etéreo visgo no solo pisado,
pés descalços mãos vazias,
ombros encurvados nas estações do mundo.
Palavras atiradas ao vento
no sonido estridente do trem que parte
sem estação de chegada.