SOFREGUIDÃO (III)


Da garganta sai um eco fúnebre.
Após derradeiras horas de agonia,
O coração, que já não mais palpita,
E tudo se acalma para se tornar frio,
Perecer a matéria e os vermes a consumirem,
Deitar à Terra no adormecer profundo,
Não mais gozar a matéria da Terra vasta,
Voar a essência lá pros Céus
Conforme bons atos aqui praticados.
E penso: quando chegará, enfim,
O descanso merecido pro corpo dolorido
Se me debato tristonha e tristonha fico
Na sofreguidão tamanha que me arde inteira.



                               Batalha - Piauí, 02 de abril de 2006.


 

...

.............................................................................................
Francisca Miriam Aires Fernandes, em "Safra Poética", 1ª edição, CBJE, Rio de Janeiro, 2020 (Página 36).
..............................................................................................

© Direitos reservados.

 
Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 17/11/2020
Reeditado em 17/11/2020
Código do texto: T7113596
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.