ALDEIAS E TERRAS

Escuto o murmúrio do rio

Que corre entre as fragas

Lentamente e devagarinho

Parece ao longe alguém

A chorar de frio, será uma

Alma sem forças para lutar

Ou sofrerá de solidão

Ou ainda as lágrimas ardentes

Das mulheres saudosas

Das aldeias e das terras

Vazias sem almas

Dos homens desaparecidos

Sem tempo de amar

Que adormecem ao sol e ao luar

Das suas mulheres que não

Têm noites de amor

Esmagam a raiva que

Martelam a dor da memória

Escuto o murmúrio

Do rio que corre

Lento e puro onde mato

A sede de tudo

De quem e donde mora sozinho!

Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Enviado por Isabel Morais Ribeiro Fonseca em 03/11/2020
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