ALDEIAS E TERRAS
Escuto o murmúrio do rio
Que corre entre as fragas
Lentamente e devagarinho
Parece ao longe alguém
A chorar de frio, será uma
Alma sem forças para lutar
Ou sofrerá de solidão
Ou ainda as lágrimas ardentes
Das mulheres saudosas
Das aldeias e das terras
Vazias sem almas
Dos homens desaparecidos
Sem tempo de amar
Que adormecem ao sol e ao luar
Das suas mulheres que não
Têm noites de amor
Esmagam a raiva que
Martelam a dor da memória
Escuto o murmúrio
Do rio que corre
Lento e puro onde mato
A sede de tudo
De quem e donde mora sozinho!