ALDEIA TRISTE E VAZIA

Os rios correm entre as vilas e cidades

No meio da aldeia triste e vazia

Corre o rio cheio de saudades das crianças

Que banhavam-se nas suas águas

Das mulheres que lavavam a roupa

E a punham a corar ao sol

Agora sente-se a tristeza ao voltar

A estes lugares que tiveram tanta vida

E tanto amor

As mulheres choram a partida dos homens

Ficam sozinhas na sua dúvida

Na escuridão, no silêncio e na imensa solidão

Sem esperança, sem vida

As nossas aldeias estão a morrer

Sente-se o cheiro da morte

Do vazio de tudo cheio de silvas

Sente-se o cheiro de nada

As urtigas picam-nos no meio do caminho

Como corre o rio triste e vazio

No meio da aldeia

Como as almas da vida e da saudade

Choram lágrimas de sangue

Desta terra seca, deserta e triste.

Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Enviado por Isabel Morais Ribeiro Fonseca em 03/11/2020
Reeditado em 16/12/2020
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