ALDEIA TRISTE E VAZIA
Os rios correm entre as vilas e cidades
No meio da aldeia triste e vazia
Corre o rio cheio de saudades das crianças
Que banhavam-se nas suas águas
Das mulheres que lavavam a roupa
E a punham a corar ao sol
Agora sente-se a tristeza ao voltar
A estes lugares que tiveram tanta vida
E tanto amor
As mulheres choram a partida dos homens
Ficam sozinhas na sua dúvida
Na escuridão, no silêncio e na imensa solidão
Sem esperança, sem vida
As nossas aldeias estão a morrer
Sente-se o cheiro da morte
Do vazio de tudo cheio de silvas
Sente-se o cheiro de nada
As urtigas picam-nos no meio do caminho
Como corre o rio triste e vazio
No meio da aldeia
Como as almas da vida e da saudade
Choram lágrimas de sangue
Desta terra seca, deserta e triste.