O SILÊNCIO É IMENSO
O silêncio é imenso, onde cabem e ressoam
Todas as palavras, redondas e macias
Palavras que iluminam a boca de amor e doçura
Outras com espinhos, dentro do silêncio
São palavras iluminadas, no final arrumo
Nas minhas estantes as minhas cartas antigas
Roídas pelo tempo, arrumo com a lua e vento
Para enfrentar o sol e a tempestade, com uma bússola
Um desejo sobressaltado de um coração em sobressalto
Onde o silêncio é imenso, onde cabem e ressoam
As palavras escritas no papel da mente atiradas ao vento
Poesia seca como uma árvore ao sol
Livro antigo sem ler, navio atolado na areia do mar sem farol
Perdi-me em tantas lágrimas antigas miragens de tristezas
Cobertas, feridas não cicatrizadas
Medo tão crente dor no peito petrificado
Espada trespassada na alma, sombra que jaz na sala
Canto da mente mais calma não mente
Faz no seio o seu porto, rios de sal deixam sulcos
Rugas disfarçam em silêncio
Poesia de choro, onde o coração se perdeu.”