O SILÊNCIO É IMENSO

O silêncio é imenso, onde cabem e ressoam

Todas as palavras, redondas e macias

Palavras que iluminam a boca de amor e doçura

Outras com espinhos, dentro do silêncio

São palavras iluminadas, no final arrumo

Nas minhas estantes as minhas cartas antigas

Roídas pelo tempo, arrumo com a lua e vento

Para enfrentar o sol e a tempestade, com uma bússola

Um desejo sobressaltado de um coração em sobressalto

Onde o silêncio é imenso, onde cabem e ressoam

As palavras escritas no papel da mente atiradas ao vento

Poesia seca como uma árvore ao sol

Livro antigo sem ler, navio atolado na areia do mar sem farol

Perdi-me em tantas lágrimas antigas miragens de tristezas

Cobertas, feridas não cicatrizadas

Medo tão crente dor no peito petrificado

Espada trespassada na alma, sombra que jaz na sala

Canto da mente mais calma não mente

Faz no seio o seu porto, rios de sal deixam sulcos

Rugas disfarçam em silêncio

Poesia de choro, onde o coração se perdeu.”

Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Enviado por Isabel Morais Ribeiro Fonseca em 05/10/2020
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