Meu mundinho
As travessas da minha rua
não param nunca
são carros que passam e se atropelam,
cachorros que latem e se esguelam.
Perco o dia observando a bajulação,
da vizinha com o filho do empregado,
da filha do empregado com o porteiro,
em frente ao portão.
Minha janela é o meu mundo
alegoria dos egoístas
Pra mim não existe outro mundo.
Meu mundo é sem saída
Volta e meia, quero sumir,
não do mundo da janela,
volta e meia, quero sair
mas não há porta, só há janela.