Eu, passarinho
Eu, passarinho, olho as minhas penas
Que mais parecem ser dó...
Profundas, e às vezes, amenas
Lamentos de ser tão só.
Meu canto, se ainda existe,
Não sei fazer com primor
É só um lamento triste
De alguém que sofre de amor.
E preso, com as portas abertas
Na minha gaiola eu me escondo
Minha vida tão deserta
Parece o sol já se pondo...
Escolhi ser eu, passarinho,
Sem vontade de voar.
Fiz da minha vida, um ninho,
Onde espero o tempo passar