Ode do Silêncio

Seu silêncio me censura

No que sinto e não posso dizer

No que desejo e não posso viver

Naquilo que pensamos

E é proibido expressar.

Seu silêncio me rotula

Na imoralidade

Do que queria viver,

Nas imperfeições,

Nas profanas faces,

Estas que enxergo

Como perfeitas.

Nas letais diferenças

E reais diversidades

Que humanamente

Somos.

Seu silêncio me anula

Mas sou perseverante

E como nasci

Para ser a Resistência

Procuro um outro jeito

De ler este teu silêncio.

Minas palavras

São flechas potentes

Que acertam seu coração

E sei que seus olhos dizem

O que a boca

Ainda não encoraja.

Seu silêncio é afeto

Que preserva o desejo

De tudo que ainda

Não pode ser dito.

Eu lhe entendo!