Elísia
esse teu abraço morno
esse teu frescor de uvas verdes
teu colo
abismo
- Você não me liga mais,
não responde minhas mensagens!
se te contasse, Elísia,
sobre minhas lágrimas
sobre meu peito partido
sobre meu mar de solidão
- Por que apagou seu Face?
- Estou usando junto com e…
- Aff. Sério?
queria, Elísia, juro
te abrir tudo
mas tenho medo
t a n t o m e d o
meu peito estilhaça
Elísia, só me abraça
quente
como uma cascata no verão
tua pele cacau
teus cachos nanquim
- Você andou chorando, não foi?
engulo as palavras
só me abraça
me impregna
com tua leveza flórea
teu peito amor
retumba uma ciranda ancestral
te aperto
e sei que existo
- É só uma gripe.
Fica.
Vamos ver um filme?
o aconchego da tua axila
minha Ágora de amenas alegrias
ainda existo.
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Poema do livro “Palavras Póstumas”
volume 5 da II Coleção de Livros de Bolso do Mulherio das Letras
será lançado no final de 2020.
e Publicado na Revista Literatura&Fechadura
24 de julho de 2020