Frio
Meu grito é calado pelos erros
que a vida abraça e não perdoa.
Então é silêncio.
Da chuva vem a garoa,
fria, cortante, lapidando pedra,
forjando no peito o coração duro,
sem cores, nem louvores,
simplesmente comprimindo,
perdulário, afeito, despido,
posto, recolocado à mão crispada
para fazer do mundo uma arena.
Mesmo que vencido,
erguer o galardão da maldade,
escarrando nos aplausos,
proferindo impropérios aos aplaudidos.
Meu silêncio calado,
cala, colado,
preso ao dorso das culpas,
nas relvas descoloridas, secas,
que formam as campinas
antes verdes, como o verde que brilhou,
fustigou e reteve meu olhar,
naquela manhã onde o verão
descansou para nascer o amor,
filho pródigo que se foi mais cedo.
Meu silêncio, sem gritos abafados,
cala para sempre no espúrio,
no sonho de viver o mesmo sonho.
Meu grito é calado pelos erros
que a vida abraça e não perdoa.
Então é silêncio.
Da chuva vem a garoa,
fria, cortante, lapidando pedra,
forjando no peito o coração duro,
sem cores, nem louvores,
simplesmente comprimindo,
perdulário, afeito, despido,
posto, recolocado à mão crispada
para fazer do mundo uma arena.
Mesmo que vencido,
erguer o galardão da maldade,
escarrando nos aplausos,
proferindo impropérios aos aplaudidos.
Meu silêncio calado,
cala, colado,
preso ao dorso das culpas,
nas relvas descoloridas, secas,
que formam as campinas
antes verdes, como o verde que brilhou,
fustigou e reteve meu olhar,
naquela manhã onde o verão
descansou para nascer o amor,
filho pródigo que se foi mais cedo.
Meu silêncio, sem gritos abafados,
cala para sempre no espúrio,
no sonho de viver o mesmo sonho.