Tela sem cores
Às vezes o olhar fica pelo teto escuro
fazendo recepção a algum detalhe
da história inacabada,
cortada pelo fluxo errado das causas.
Só que as horas transcorrem,
apenas o escuro é companheiro.
Desvendo meus segredos enlaçando meu sono.
E enquanto as luzes se apagam,
carícias rolam, palavras soam,
esperanças pairam no ar.
O prazer é saboreado, as vezes enojado
na noite que cativa, contempla, arde.
Sei que sou só,
mas não há nojo, também não vive aqui o prazer.
Será que é vida não cobiçar,
nem saborear ou participar?
Só a noite, talvez a de hoje,
quem sabe a de amanhã,
necessariamente ocorrerá para responder,
ou quem sabe sob o lenço branco da paz,
me leve em busca da eternidade
para gostar de ser o que serei,
um arauto de fé e esperança.
Mas a espera não é cativante.
Marca encontros lúgubres
sem sussurros, nem falas.
As cantilenas são medíocres,
tão pobres que recordam as páginas,
as amadas folhas preenchidas,
pobres, mas queridas, loucamente desejadas.
Só que parei de repousar poemas.
Quero-os cansados e frios
como minhas mãos vazias
e meus pés descalços ao relento
sob o teto negro da espera.
Às vezes o olhar fica pelo teto escuro
fazendo recepção a algum detalhe
da história inacabada,
cortada pelo fluxo errado das causas.
Só que as horas transcorrem,
apenas o escuro é companheiro.
Desvendo meus segredos enlaçando meu sono.
E enquanto as luzes se apagam,
carícias rolam, palavras soam,
esperanças pairam no ar.
O prazer é saboreado, as vezes enojado
na noite que cativa, contempla, arde.
Sei que sou só,
mas não há nojo, também não vive aqui o prazer.
Será que é vida não cobiçar,
nem saborear ou participar?
Só a noite, talvez a de hoje,
quem sabe a de amanhã,
necessariamente ocorrerá para responder,
ou quem sabe sob o lenço branco da paz,
me leve em busca da eternidade
para gostar de ser o que serei,
um arauto de fé e esperança.
Mas a espera não é cativante.
Marca encontros lúgubres
sem sussurros, nem falas.
As cantilenas são medíocres,
tão pobres que recordam as páginas,
as amadas folhas preenchidas,
pobres, mas queridas, loucamente desejadas.
Só que parei de repousar poemas.
Quero-os cansados e frios
como minhas mãos vazias
e meus pés descalços ao relento
sob o teto negro da espera.