Compressão irregular
Na clausura em que me encontro,
Aglutinam-se as sombras sob mim,
Poderia eu comparar-me a lua?
O satélite cujas fases sombreiam
Todas as formas confinadas
Na luz da consciência.
Teu flanco protuberante
É o comprimido noturno
Que faz uivar os mares
Bestiais ultrassônicos.
Sob tua luz secundária,
Ouço os bramidos das feras
Claustrofóbicas.
Os instintos vitais
Pulsam a rasgar o peito,
Todos aprisionados na
Sombra do desejo.
Ó lua, enxergo teu imperioso ventre
Que estica as colisões entre os formatos
Em meu seio.
Na órbita nauseante, teu sólido medicamento
Já não sustenta a expressão que fulmina
Das salsas rochas insones.
A abstinência que aqui uiva, é pela vida.
E os tímpanos espumados pelo mar,
já não podem suportar a licantropia
Das formas a jorrar.
Dos celestes cais,
Pelo esôfago
Escorre a vida
Pendendo
No núcleo
De mim.