SOLIDÃO QUE FICA

SOLIDÃO QUE FICA

Enquanto vivo no mundo,

Cercado de pessoas, cerca-me a solidão!

Que só a mim me procura e acha,

Me tendo como alvo em meio à multidão.

Derrama sobre mim, pesadas águas,

Trazendo à minha alma, soturna confusão.

Se a mim a vida fosse empírica e infinda

Como a outros imortais a razão,

Se a mim não me tivesse causado danos!

Se ao menos fosse, uma rosa em botão.

Mesmo em dores amarga e recorrentes,

Sempre seria a vida vivida, uma amarga solidão.

Se as insones noites fossem pequenas,

E as nuvens não trouxessem a escuridão,

Pensasse em coisas boas, talvez, me acalmasse,

Ainda que agonizando em solidão,

Pelo impingir de sofridos danos,

Me acalentaria alma, alguma paixão!

Durante o dia não fossem as nuvens escuras,

Brancas em mosaicos é que não são!

Quem dera fossem belas e ditosas

À chegada das tempestades e do forte do furacão,

Minha alma premida e angustiada,

Em desespero e confusão!

Ah, se foras tu, solidão, doce e serena.

E não apenas uma efêmera inspiração.

Se fosses tu não explicada, indescritível,

Como a morte e o tempo, o são!

Se foras bela cheirosa como as rosas,

De lindos pés, e pequenas mãos.

Não fosse tua presença tão lamuriosa,

Tristes como em dias de chuva, e trovão,

Fosses tu como som extraído do violino

Que geme e chora ao trazer-te solidão.

É o canto por mim sentido durante a vida.

Como nardo, ao meu coração!

Em casa, tendo como companhia a solidão, ainda que não esteja sozinho. Abraços e obrigado a todos que curtirem e compartilharem. ah! a MÚSICA? NAIRUTS...