Sozinho e sem ver a vida passar
A Vida Pulsa
Moro no mesmo lugar
Há mais de dez anos
E todos os dias vejo
Ouço, Sinto, Respiro
Todas as manhã
Os mesmos movimentos.
Não há mais árvores
Não há mais sombras
Tampouco água corrente.
Só o canto mavioso
Das aves diurnas
Ecoa de alegria
Pelo nascer do dia.
Comemoram a chegada
Do sol que vivifica
No entanto, eu não via
Nem mesmo percebia
Que a vida mágica e frágil
Em se mostrar insistia.
Com o passar do tempo
Do alto da soberbia
Através de um olhar
A vida passando eu via
Sem que nada daquilo
Me fizesse ter alegria...
Salvador/Ba, 26 de outubro de 2004