De súbito
De súbito, fecharam-se os olhos.
De súbito, calaram-se as vozes.
Despiram-se os sentimentos
E apagaram-se as lembranças.
De súbito, o que era tão certo
Já nem existia.
E todas aquelas incertezas
Que nunca antes haviam sido consideradas
Hoje, estão por todas as partes.
E o riso, já não há.
Aquele calor de um corpo contra o outro,
Já não há.
De súbito, tudo esfriou.
De súbito, aquele nó se desfez
E só a gente sabe da dor que ficou.
De súbito, já não sei mais como foi seu dia.
Nem sei mais quais são seus pequenos hábitos...
O que será que mudou nesse meio tempo?
Acho que é isso que dói mais...
Essa distância,
Esse não saber.
De súbito, acordei no meio da noite,
Aflito.
Eu esqueci de como era o seu rosto.
Esqueci como era seu sorriso.
E, foi de súbito...
De súbito?
(Será mesmo?)