VIDA IMPOSTA
No tênue caminho da arte
Sinto-me um infeliz impostor
Nas letras pediram um aparte
Apelidando-me de escritor
E perdido nas luas de Marte
Tornei-me um poeta da dor
E aqui nesse mundo sem cor
Na fuga usei tinta e pincel
E para falar do nosso amor
Usei somente lápis e papel
Sentia-me como abelha na flor
Sugando o néctar para o mel
Vesti-me com as cores da natureza
No manto da mais bela policromia
Delirando diante de tal beleza
Pintei o quadro da Real Alegria
E embevecido com tanta riqueza
Me senti apenas uma reles alegoria
Quanta beleza desenhada no luar
Quanta teimosia da bela lua
Em querer o poeta acompanhar
Escravizando a sua alma nua
Para o amor em seus versos falar
E cantar amor na solidão da rua
Um poeta notívago da paixão
Escreve para a mulher que gosta
Nas rimas extraídas do coração
A sua débil loucura fica exposta
Quando no luar extrai uma canção
Ameniza a dor pela vida imposta