Era uma dor que não tinha nome,
silenciosa, perversa, corrosiva.
Um lugar sem ajuste, sem corpo.
Não se reconhecia ali,
tudo era estranho, opaco, ruínas.
A mente estava encurralada num labirinto.
Numa teia podre e intrigante.
Naquele lamaçal pedia socorro,
o coração e a alma sangravam.
Seus gritos ecoavam pela escuridão.
Quem ouviria? Quem socorreria?
Naquele momento estava totalmente perdida,
sem motivos para voltar, sem razão para viver.
Sua fortaleza de outrora era falsa,
pura fantasia tingindo as paredes escuras.
Palavras que atormentavam sua cabeça,
fantasmas naquela enorme casa vazia.
(Cida Vieira)