Dual

anelo fruir sôfrego, o que tem pra hoje

e dar uma banana, ao sonho que falta;

apenas u’a imprudência que solta, foge

vislumbra abrigo, e sobre a cerca salta;

cereja daria vaga ao morango, na torta

polvilho em férias substituído pelo fubá;

janela faria, eventual, as vezes da porta

e o jota seria o novo símbolo, do jora H;

a razão instiga, a ser assim, pragmático

faz tempo que coração deixou a casinha;

quem perderia tempo com esse lunático,

que vê bagas onde sequer tem u’a vinha;

a mão do tempo segue, esculpindo ruga

e a mão do fado separando, as metades;

a carência apressada, até topa uma fuga

mas, o amor resoluto prefere suas grades...