Nunca mais
Vejo em seu rosto um olhar diferente.
Um misto de medo e nojo.
Ao seu redor
Palavras ásperas
Ou um silêncio inóspito.
Não se pode mais nem falar nem calar.
O peso cresce e
Aquele sentimento leve
Se esvai.
Na verdade, acho que ele nem nunca existiu.
Disfarçado de mentiras e falsas promessas,
Ele se vestia de sonhos.
Mas, no fundo,
ele Foi Vazio
sempre esse
Olhar vazio.
Som vazio.
Corpo vazio.
Você é mesmo aquela pessoa que
um
dia
conheci?
Não há resposta.
Não há mais aquele sorriso tímido,
Muito menos aquele olhar inquieto.
Toco no reflexo de seu rosto.
Está frio.
E eu rio.
Um riso descontrolado.
Maníaco, talvez.
É tão irônico irônico lembrar
Que um dia acreditamos
Que
éramos
um
só
Suspiro.
Quer saber?
Fique você do seu lado,
Eu ficarei aqui do meu.
Tirarei os meus olhos de você.
Sua imagem apenas queima o que ainda há em mim.
Cubro o rosto com as mãos.
Ele está frio.
Rio novamente.
Talvez,
Nós. sejamos diferentes
Nem Tão Assim
Eu saio.
Desfaço-me dos laços
Que hoje apenas me prendem
E me roubam o ar.
Desfaço-me dos laços
Que um dia desejamos
Que fossem tão apertados.
Mas esse aperto, hoje,
Apenas me traz
dor.
Todos sentimentos compartilhados
Se despedaçam enquanto fecho os olhos
E corro para algum lugar distante.
Mas, esse olhar diferente em seu rosto,
Esse não se desfaz.
Não se apaga.
E não me deixa...
Nunca, nunca mais...