ESTRADAS INCERTAS
Há um menino além do porta,
e ele murmura incessante
ao fundo de minhas orelhas
para que eu não o perca.
Há sempre alguém além
daquilo que se pode revelar:
Ora garoto, ora senhor.
O senhor de barbas longas
segura sua bengala de marfim
e rasga fortemente um brado
que desentranha de sua garganta.
Nem sempre os ouço.
Nem sempre os vejo.
Há cada caminho que me perco
e me encontro nas encruzilhadas
e becos sem saída,
recordo-me de que a direção
é sempre incerta.
E o que seria das estradas que percorremos se não fossem as incertezas?
Eis uma pergunta que faço
a qualquer menino,
a qualquer senhor.