Continuar...
O peso do mundo está sobre os meus ombros e meus pés afundam nos espinhos,
É só poeira e calor neste escuro e silencioso caminho.
Eu não consigo olhar para cima, mas sei que não há luar,
E nem à frente, mas não importa, ainda vai demorar a chegar...
Sem destino, caminho à esmo pela vida,
Tão cansada como se já tivesse vivido outras centenas de milhares de anos...
Uma história, com sangue escrita,
E marcas das lágrimas à cada linha dos já esquecidos planos.
Não há mais por do sol à beira mar,
Não há mais prados com lindas roseiras,
Só estes cactos curvados a me ameaçar,
E o estalar como que lenha crepitando na fogueira.
Nem os grilos cantam, a noite é silenciosa,
Mas os gritos vêm daqui de dentro.
Enquanto a alma canta, chorosa,
Sussurra ao vento seus mais doridos lamentos.
Já não suportando mais caminhar, parei
Neste chão onde me vês agora, sentei...
A poeira cegou a minha visão,
Minha mente já não canta nem lembra mais a velha canção...
Carry on, my wayward son,
Haverá paz quando você terminar... ?
É uma promessa falha, uma jura vazia,
A paz é nada, é utopia,
E o meu fim está próximo, a chegar...