VOZ DO DIA
Hoje, o meu dia silenciou-se.
Não ouvirei o canto dos pássaros
Nem as canções que falam de amores.
Hoje, não regarei dos jardins as flores.
Nem arrancarei dos meus lábios qualquer melodia.
Que permita em mim alguma alegria,
Que queira inventar o meu coração.
Hoje, o meu dia silenciou-se.
Nada direi das lindas cores do arco-íres.
Nem dos muitos matizes que compõem a flora.
Hoje chegou a tão inesperada e indesejada hora;
Do apagar das luzes, de dias negros e de negras nuvens.
Que se abatem sobre mim,
E ainda não sendo o meu fim, sei que estou a morrer por ti.
Hoje, meu dia silenciou-se!
Pela falta que me faz o doce dos teus beijos.
Pela farpa da separação que crava o meu peito.
Pelo o veneno do desejo em ver o teu corpo nu.
Hoje morro com teus pés por sobre minha alma
Com o manto negro da solidão que me tira à calma
Impedindo os meus olhos de verem o céu azul.
Hoje, perdi meu inextricável amor e por conta
da minha dor, meu dia silenciou-se.