Sou uma ilha fechada
Sou uma ilha fechada,
Dentro de mim um mundo sereno,
Aquém permaneço renitente
A tecer meu caminho.
Esfaimado de vitória
Faço esvair minha solidão,
Envolvido no enleio da História,
Aos olhos de outrem sou pavo.
Sou fechado. Sou livre
No transcorrer do alcalóide,
Escoando, despi-me do meu ego,
Metade de mim, metade de nós.
Quando no escalar dos anos desmorono,
Na vida, me faço arquiteto de mim,
Me ponho de pé e retomo a minha face,
Em meio a um alude figaz.
De dentro de mim tento regressar.
Arraigado estou a observar a decadência dos dias
E com meu fado me refaço,
Procurando novo recomeço.