Algo inexistente
Sinto que me falta o ar.
Algo me rasga por dentro.
Invade meus sentidos
E apaga os pensamentos.
No espelho vejo olhos vazios.
Nas conversas, já escassas,
Escuto uma voz sem força...
Nem sei direito de onde ela vem.
Já não há necessidade de luzes acesas.
No escuro, encontro o sossego.
A dor parece diminuir.
Ou, pelos menos, parece se esconder.
E é irônico ser o único a perceber a mudança.
Para todos, meus olhos têm a mesma cor.
Minhas palavras, a mesma força.
Minha falta de luz, é algo indiferente.
E a dor?
Ah, isso é algo inexistente!