HORIZONTE LIMITADO

Reparo o cais...
As velas, as caravelas,
Os menos, os mais,
Os serviços braçais,
O vento, que sopra atento,
Balança... faz nuança,
Pelos areais,
E encanta a criança,
Que canta e dança,
Totalmente demais,
No mundo atemporal,
Reparo o sal,
O sol, o céu,
O baile das gaivotas ao léu,
O manto indefinido,
Estendido,
Que limita o meu horizonte.
Encaro-me; sou fonte,
Que brota na grota,
Da ansiedade,
Desejo de liberdade,
Ressoa a vontade,
De ser aquele navio,
Que rompe o vazio,
Com arte e parte,
Não sei para onde,
O olhar não esconde,
A dor que o envolve,
Revolve,
Pois, vive limitado,
Interiorizado,
Na irreal (ex)pressão,
De um "porto solidão".