FAROL - Tempos Estranhos
Há cá no peito um farol que nos conduz a salvo
Pelas boas e más águas que jorram pelo coração
Por entre as mágoas e as mazelas que o cercam
através das surpresas de cada dia de nossas vidas
Atrás desses muros onde brotam bouganvilles e heras
Estranha essa era onde se entranha e medra a solidão
Ouça os sons d´alma em meio a esse baile de máscaras
Mesmo que se façam ecoar alto tão somente o medo
ainda que lhe tragam os sabores ácidos do degredo
não tema quem de longe cruza olhares em consternação
ou o exílio compulsório das mãos que já não se tocam
o distanciamento de corpos que se procuram em vão
Pendure nas paredes do dia a dia e na memória
o carinho de afetos de imagens das cenas mais belas
de casa cheia, de família, de pais , de amigos irmãos
Não há que temer o escuro quando se faz noite
Ou se de repente as nuvens ocultarem o sol
Há um segredo no fundo do peito, a certeza divina
que de dentro nos guia qual um imenso Farol