Silêncio

Sabe, Os dias tem sido insistentemente duros comigo, meu amor,

o sol é quente, forte e castigante, calor escaldante em todo seu esplendor;

as noites tão escuras são gélidas, longas e demasiadas demoradas,

tendo apenas o silêncio a me acompanhar em todas as suas madrugadas;

Sabe, minha cama me é estranha e a mim não mais conforta,

levanto, caminhando sozinho sigo o caminho que me leva até a porta;

dai me recordo que não estarás lá, como em outrora me esperando,

por isso retorno, descalço e calado, com apenas o silêncio me guiando;

Sabe, o grito rasga o peito mas nunca que será ouvido,

pois tu és segredo não contado, que ecoa memorizado e sempre repetido;

quem me olha não me vê e não enxerga em mim o meu desespero,

anseio pela fuga, mas fugir de que modo se sou do silêncio o prisioneiro.