OS OLHOS DA ANSIEDADE
Rasga minha pele,
Envenena a alma,
Palpita o coração insano,
Descontrolando o meu olhar.
A mente foge do dia sem fim,
E não deixa o ser dormir a noite.
Vou sendo perturbado em tempos...
Pela ansiedade, traduzida em prantos.
Nada me faz descansar,
E a paz não chega de imediato.
Quero sentir a calma do mar,
Mas só encontro as sombras.
Obscuridade interna,
E o meu eu esquecido...
Numa àgua saloba,
Existente em mim!
Os sentidos se perdem,
Sem remédios que os controlam.
A morte é de súbito um mistério,
Contudo, indesejável é pensar agora.
Parece um andar incessante,
Numa floresta escura,
No qual a minha face muda,
Sem ser redimido pela loucura.
Poemas de Dante,
Mostrando os nove ciclos,
Guiado por um poeta,
A se chamar Virgílio.
Então, venho abrindo as janelas,
De quase todo sentimento!
Pois, nem tudo é revelavél,
Quando se encontra com o medo.
E rompe o que se conhece,
Passando a negação total.
Será um até breve?
Ou um despertar para o real?
Ricardo Oliveira-28/04/2020