Abraços de dois braços

Abraços de dois braços.

As vezes eu acordo pela manhã e estou tão distante, longe a ponto de não saber o caminho de volta.

O mundo deu tantas voltas, que persisti ficar no mesmo lugar.

Talvez a insegurança, misturado com o medo de se arriscar, e tudo resultou no susto da vulnerabilidade.

É porque tantas mentiras foram contadas que já nem sei mais o que é a verdade, e no meio de um tiroteio de falas fiquei só, somente eu e minhas internas palavras.

As vezes acordo distante, e mesmo querendo me conectar, ainda estou distante, e tudo que se aproxima eu tenho um talento único de afastar de mim.

O amor tem o poder de ser uma facada nas costas pela mulher amarga, e olhares sempre irão falar mais do que os versos.

E neste mundo onde o abraço é proibido, vivo fingindo não sentir, só para não me ver vulnerável.

Há este medo de se jogar que acompanha meu caminhar e rouba meu sonhar, faz de mim filho da angústia, precipitado em acordar e ansioso para deitar.

Buscando assim anestesiar a verdade que abraça neste mundo punitivo, que fere até sangrar, o poeta, o solitário, e enriquece o imaginário.

guido campos
Enviado por guido campos em 28/04/2020
Código do texto: T6930843
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