Estação
Sentado na varanda
Debruço-me em folhas de papel
Depondo-me em sóbrio sentimento
Quantas foram necessárias?
Não sei dizer
Escritas,
Folha após folha
O vento sopra na varanda
As palavras caem no papel
Como folhas secas de uma árvore
Quantas se lançaram?
Não sei dizer
Esvoaçaram
Folha após folhas
Folhas amarrotadas viajaram
Levadas pelo vento
O vento murmurava
Como um amigo perguntava
Ao pé do ouvido sussurrava:
Quem é ela
Que rouba o seu sono?
O tempo passa e o sono não vem
O tic tac se instala
Um devaneio me arrebata
Ah,
Será que ela vem?