Infinitamente só
 
Meus olhos estavam presos nas trevas, apenas ruídos de máquinas e vozes na rua.
Minha alma aguardava toda nua, uma palavra, apenas uma palavra, que me tirasse daquela confusa, exaustante solidão.
E eu chorei sim, como uma criança, esperei um movimento, uma inflexão labial, apenas um afago.
As horas lentamente iam carregando a noite, calada e companheira que ocultava meus soluços; também iam carregando meu interior, eram pequenos passos que se afastavam, talvez em busca da paz almejada, mas levavam meu interior; meu mundo, meus sonhos, sem sequer uma palavra, que me mostrasse que não sou sozinho.