QUANDO...
Sinto, no coração, que não vai
demorar muito mais...
E olhar as palmeiras verdejantes
a farfalhar ao vento,
Terá sido apenas um sonho
que se foi e assim jamais
Voltarei a sonhar... Choro em
Pensar com este sentimento!
Quando não mais puder andar
Em tuas ruas e avenidas...
Olhar o céu estrelado dos terreiros
Sentir a brisa suave e as guaridas
Que sempre me oferecestes...
Lembrar dos teus nobres, amigos e
Heróis, todos grandes guerreiros,
As redes macias que me tecestes...
Serei apenas pó, pura lembrança!
De nada mais me valerá a vida...
A amargura tomará conta de mim,
A tristeza me invadirá a pobre lida...
Pensar no final da vida bem assim,
É sofrer antes mesmo, sem esperança!
Sigo em passos lentos para o fim...
Minha feitoria! Raiz de minha existência!
Temo não seres o meu berço eterno...
Onde repousarei no sono mais profundo,
Distante de ti há décadas, em insistência,
Clamo dia e noite para sair deste inferno!
Nesta teia colossal que estou em solidão...
Oh, noite interminável... Ai meu coração.
Poeta Camilo Martins
Aqui, hoje, 25.10.2015
20h47min [Noite]
Estilo: Livre