Abraço

Numa grande nudez, numa grande treva,

Abraço-me nua nessa escuridão fria,

Nessa dureza de pedra,

Pedregulhos causados por garras de feras.

Abraço-me nesse chão gelado,

Nesse nosso chão massacrado!

Molho-me em lágrimas jovens e velhas.

Agarro-me, puxando meus próprios cabelos,

Massageio-me os seios,

Deleito cobrindo-me a alma com velas,

Com belas telas que comportam-me à escuridão.

Vazio desgarrado e aberto,

Que me envolve num abraço apertado,

Lembranças de suas eternas mãos.

Carolina Maria Souza
Enviado por Carolina Maria Souza em 25/03/2020
Código do texto: T6896427
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