Abraço
Numa grande nudez, numa grande treva,
Abraço-me nua nessa escuridão fria,
Nessa dureza de pedra,
Pedregulhos causados por garras de feras.
Abraço-me nesse chão gelado,
Nesse nosso chão massacrado!
Molho-me em lágrimas jovens e velhas.
Agarro-me, puxando meus próprios cabelos,
Massageio-me os seios,
Deleito cobrindo-me a alma com velas,
Com belas telas que comportam-me à escuridão.
Vazio desgarrado e aberto,
Que me envolve num abraço apertado,
Lembranças de suas eternas mãos.