Poesia Escrita Na Beira Do Lago Noturno
Fugi dos que amo
Afim de me reencontrar
Entre a natureza, longe do amor;
Me encontrei entre os versos escritos
Abaixo do céu estrelado
E da fumaça do cigarro
Que paira como névoa
Entre as teclas,
Entre a escuridão,
Entre mim e minha alma.
Observei as estrelas fantasmagóricas,
Me senti em casa, viveria
Para sempre naquela noite
apenas com poesia nascente
E a natureza vivente.
A solidão se dissipava
Aos sons do lago e dos morcegos
que pairavam sobre minha cabeça.
O som de cada tecla
Ecoava, sussurrava pela escuridão
Cada verso fazia parte
Daquela natureza presente,
Cada sentimento juntava-se
Com a alma da mãe natureza.
Me sentia uma alma transparente.
Todos deveriam fazer isso,
Mas são poucos os que se queimam
Com poesia, poucos sentiram o que vos escrevo
Nessa poesia sobre a noite.
Abaixo da grande Sirius me alivio,
O reflexo do lago demonstrava
A forma da montanha a quilômetros
de distância, uma espectadora.
Possuía formas escondidas pela noite.
Ao longe via a neblina queimar,
Aproximando-se com ternura.
Acendia um cigarro; pausava o ato
Regressava ao ato poético
Afim de encontrar um fim
Para essa poesia da noite.
Sinto a escuridão engolindo
Com prazer e afeição cada palavra.
Não mais era apenas um poeta,
Havia me tornado um escriba
Que descrevia as formas da noite.
Como um fantasma que partilhava
Com os distantes pontos de luz no céu.
Vejo aquilo existente, entre nós
E o imenso Cosmos acima de minha alma
Que se expande juntamente com cada verso escrito;
Não mais humano, nem poeta
Um semideus, um observador, mensageiro
Do vasto conhecimento que a noite
Pode oferecer a todos nós escritores.
Vos lhe digo, abandone a luz da cidade,
Busque os bosques e encontre sua alma
De uma forma ou de outra, apenas, encontre.
A falta de alguém começava a coçar meu peito,
Era hora de voltar para as luzes da cidade,
Para as pessoas que compartilham comigo a vida.