MULHERES

As grandes bocas vermelhas

que fingem me esperar

assim como uma ratoeira o faz,

suas poses,

seguidas por frases de auto afirmação.

Não aguentariam 15 minutos,

não aguentariam metade dos meus tragos... bem, algumas sim, talvez até mais.

Suas pernas com ou sem celulite,

seus cabelos negros, lisos, dourados, cacheados, furta-cor

são abismos, são pequenos mares revoltos e misteriosos

onde pobres homens desatentos se afogam.

Mulheres, esses sorrisos,

que esses belos sorrisos,

falsos

ou não,

que esses pés, pernas,

coxas,

decotes onde eu poderia morrer

abençoado por velhos deuses sem forma,

que seus rostos doces e leves,

que suas almas infelizes,

depressivas, iluminadas,

que elas perdurem

até onde conseguirem,

enquanto as estrelas riem

de todos nós.

O que eu não daria

para que uma de vocês

entrasse agora pela minha porta

atravessasse a minha sala,

gostosa e com o coração despedaçado,

vestida apenas com dor e mágica

e me salvasse

antes do fim desse cigarro,

antes do fim

desse pobre poema.

O Bêbado
Enviado por O Bêbado em 09/03/2020
Código do texto: T6884347
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