MULHERES
As grandes bocas vermelhas
que fingem me esperar
assim como uma ratoeira o faz,
suas poses,
seguidas por frases de auto afirmação.
Não aguentariam 15 minutos,
não aguentariam metade dos meus tragos... bem, algumas sim, talvez até mais.
Suas pernas com ou sem celulite,
seus cabelos negros, lisos, dourados, cacheados, furta-cor
são abismos, são pequenos mares revoltos e misteriosos
onde pobres homens desatentos se afogam.
Mulheres, esses sorrisos,
que esses belos sorrisos,
falsos
ou não,
que esses pés, pernas,
coxas,
decotes onde eu poderia morrer
abençoado por velhos deuses sem forma,
que seus rostos doces e leves,
que suas almas infelizes,
depressivas, iluminadas,
que elas perdurem
até onde conseguirem,
enquanto as estrelas riem
de todos nós.
O que eu não daria
para que uma de vocês
entrasse agora pela minha porta
atravessasse a minha sala,
gostosa e com o coração despedaçado,
vestida apenas com dor e mágica
e me salvasse
antes do fim desse cigarro,
antes do fim
desse pobre poema.