O SUSSURRO DO ABISMO (UE OMSIBA)
Estou quieto, imóvel, mas dentro de mim algo se move.
Estou sorrindo, escancarado, mas dentro de mim algo escurece.
Estou. Caminho beirando o abismo e insisto em olhar para ele.
Ele não precisa olhar-me de volta, pois sabe que faço parte dele.
Eu abismo.
Trago a fumaça de um cigarro, esperando que ela assassine o que está lá dentro.
Bebo whisky para afogá-lo, mas ele aprendeu a nadar.
Não há expectativa, tampouco esperança.
Mas se eu pudesse acabar com ele, não exitaria.
Ele sussurra, mas não consigo compreender.
Ele quer me confundir? Ele quer me assustar?
Não importa, pois não há diálogo, galhardia, nem luz no abismo.
E eu sussurro de volta.