Tapera da Solidão
Numa pequena tapera
Lá na mata abandonada
Vagueia um ser tristonho
De emoção dilacerada,
Por tantos golpes na vida
Por não encontrar guarida
Se perdeu na longa estrada.
Atravessou seu deserto
Cheia de dor e agonia
Sentiu sede de amigos
E fome de companhia
Molhou o rosto com pranto
Suplicou dos céus um manto
Consolador de Maria
Um sentimento sombrio
Um padecer tão perverso
Sentindo triste abandono
No seu pequeno universo
Vivia um grande dilema
Pois o seu triste poema
Não tinha rima nem verso
Com sofrimento imerso
Tentando sobreviver
Buscando a esperança
Para não enlouquecer
Veio a faca da saudade
Rasgou com perversidade
O sentido do viver
Procurando por ajuda
No meio da multidão
Viajou para bem longe
Perto da imensidão
A alma foi aquietar
Resolveu então morar
Na tapera solidão