MURALHAS
No muro envelhecido sobem musgos.
Troncos contorcidos folhas enrugadas!
Nas esquinas vazias das ruas vazias
O vento leva folhas secas ao acaso.
Oculto, o rosto entre lágrimas, te vejo
Entre as frestas dos raios da lua.
Lânguida, minha alma vaga a procura do nada.
Distante tua voz nos meus ouvidos!
Tento recordar a palavra esquecida.
Colo os ouvidos no muro do mundo
No absurdo do musgo agarrado ao muro.
Ouço outra vez tua voz, vazia, fria...