Testemunha

Cama, que me olhas

Com toda a indiferença

Que o teu vazio te permite.

Frieza total onde me deito

E te sinto enorme

Como se do mar se tratasse.

Inconsolável és!

Tu! Logo tu!

Que presenciaste tanta coisa

Tu! Logo tu!

Que foste cúmplice

Da mais pura felicidade entre dois seres.

Agora, ironicamente,

Não tens uma palavra

Que me conforte,

Que me anime

Nestas noites sombrias.

Cama, que me olhas

Com o desdém

Que a tua frieza te consente,

Tornaste-te impessoal

Como se de uma estranha se tratasse

És agora testemunha

Destas noites infindas

Que passo olhando o oco sombrio

Desejando ter de novo aqui

Aquele que me faz feliz!

Marisa Xavier
Enviado por Marisa Xavier em 25/01/2020
Código do texto: T6850374
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.