MEIO TERMO DE MIM
Sou meio termo de mim,
Ao mesmo tempo, distante e perto.
Em alguns momentos, cauteloso e disperso.
Contradição de mim mesmo a contemplar cinéreo jardim.
Sou meio termo de mim,
Em voos noturnos de uma cega luta,
Sem motivo, sem propósito e sem razão de fuga,
Sentindo o peso do tempo e imaginando como será o meu fim.
Sou meio termo de mim mesmo,
A vagar pelas ruínas de um triste prédio morto,
Igual a mim, prisioneiro do tempo e de um destino absorto,
Que me fez ser caminhante de estradas a ermo.
Sou meio termo de minhas próprias perdas,
Distante do toque das mãos da mulher que amo,
Torturado por um cruel fado tirano.
Assim, me fiz meio termo, levado pelos ventos da incerteza.