CINZAS DO TEMPO
Os dias se acumulam para todos nós,
No meu caso, distancio-me da felicidade,
Sinto cada vez mais atração pela opacidade,
Mas não me incomodo se com você eu estiver a sós.
Es minha companheira, mesmo insistindo em se emudecer,
Até te prefiro assim, muda, pois contigo consigo ser aberto.
Es boa ouvinte e quando lhe falo sinto-me de mim mais perto,
Espero contigo, pacientemente, a esperança renascer.
Quando jovem, era um sonhador, triste desilusão!
Talvez eu morra no meio do meio do caminho,
Privado do seu toque, privado do seu carinho,
Mas acariciado por ti, companheira fiel, solidão.
Hoje, a passos lentos na estrada da existência vago disperso,
Busco nas simples coisas a essência, o encanto,
Que atenue meu fardo, que seque meus prantos,
E que me dê motivo para escrever os meus versos.