Um bloco de cimento em queda livre
Minha cabeça é um inferno
Pensamentos a deriva
Uma tempestade sem controle
Saudades antigas que torturam
Doce sussuro da tua voz
Uma Medusa aos meus ouvidos
Que me endurecem feito cimento
Uma parede rígida eu me torno
Esperando ser derrubada
Por uma bola de 10 toneladas
Que de alguma forma de pé se manteve
Durante eternas lembranças
Passando por diversas tempestades
Sem ao menos protestar
Me tire daqui
Estenda sua mão
Acorrentado em um bloco caindo num salto livre
Vivo caindo, saindo de mim mesmo
Cadê tua luz
Que por muito me deslumbrei
E do nada como uma lamparina sem querosene
Se apagou
Em segredo eu te peço
Em lágrimas te carrego
Onde consigo achar
Solução para acalmar
Essa coisa abstrata
Que nunca possui
Me contento em saber
Que por alguma vez
Algum momento presente
Em ti posso estar
Sabendo que outro estará
No meu lugar
Sorte dele poder te tocar
Espero em meus sonhos
Esse prazer eu poder ter.