Um bloco de cimento em queda livre

Minha cabeça é um inferno

Pensamentos a deriva

Uma tempestade sem controle

Saudades antigas que torturam

Doce sussuro da tua voz

Uma Medusa aos meus ouvidos

Que me endurecem feito cimento

Uma parede rígida eu me torno

Esperando ser derrubada

Por uma bola de 10 toneladas

Que de alguma forma de pé se manteve

Durante eternas lembranças

Passando por diversas tempestades

Sem ao menos protestar

Me tire daqui

Estenda sua mão

Acorrentado em um bloco caindo num salto livre

Vivo caindo, saindo de mim mesmo

Cadê tua luz

Que por muito me deslumbrei

E do nada como uma lamparina sem querosene

Se apagou

Em segredo eu te peço

Em lágrimas te carrego

Onde consigo achar

Solução para acalmar

Essa coisa abstrata

Que nunca possui

Me contento em saber

Que por alguma vez

Algum momento presente

Em ti posso estar

Sabendo que outro estará

No meu lugar

Sorte dele poder te tocar

Espero em meus sonhos

Esse prazer eu poder ter.

Querubim Ameno
Enviado por Querubim Ameno em 05/01/2020
Código do texto: T6834786
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