Incompletude
Ela trouxe ao nascer, a sua dose de alegria,
mas com o tempo sua mente tornou-se solo árido.
Sobre o corpo, estigmas e cicatrizes marcadas com a navalha dos padrões;
Por detrás do sorriso, o talento de fingir como quem brinca de pantomima em um grande palco de sonhos;
Sob a pele, habita a fragilidade extrema;
Na consciência, a certeza de não pertencer... de ser como heras nas areias de um deserto.
Com o tempo, foi perdendo o jeito de ser/estar no mundo como as outras pessoas.
E recolheu-se...
Hoje?
Fustigada pelas próprias incertezas, tornou-se fera de si mesma;
Escorreu a dose de alegria pelos vãos da existência,
E segue assim:
Não viva, apenas vivente.