Incompletude

Ela trouxe ao nascer, a sua dose de alegria,

mas com o tempo sua mente tornou-se solo árido.

Sobre o corpo, estigmas e cicatrizes marcadas com a navalha dos padrões;

Por detrás do sorriso, o talento de fingir como quem brinca de pantomima em um grande palco de sonhos;

Sob a pele, habita a fragilidade extrema;

Na consciência, a certeza de não pertencer... de ser como heras nas areias de um deserto.

Com o tempo, foi perdendo o jeito de ser/estar no mundo como as outras pessoas.

E recolheu-se...

Hoje?

Fustigada pelas próprias incertezas, tornou-se fera de si mesma;

Escorreu a dose de alegria pelos vãos da existência,

E segue assim:

Não viva, apenas vivente.

Gi Luz
Enviado por Gi Luz em 02/01/2020
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