ACONCHEGO DOS CONDENADOS

Pago o preço a cada parágrafo

Não grafo, nem versejo; me estraçalho,

Me espremo, me rastejo no atalho

Do traço que calejo em minhas juntas nos galhos

Onde escalo e pelejo, lutas únicas que travo

Com meu próprio eixo, vestido de túnicas e de trapos.

Ouço estalo e vejo, nas vestes rústicas, os rasgos.

A Versos vagos, me atrevo, colho frutos estragados.

Nem me calo e deixo, os gritos tratarem os machucados…

Limpo, não curo, mas fecho, todos os pontos estancados.

De palma aberta, recebo… socos fortes de punhos quebrados.

Me salva o alerta aceso, na ponta dos dedos maculados

Pela relva, de caule rasteiro, semeio grãos mortos e envenenados

Por risos e palavras de apego, no aconchego dos condenados.

08/2019

VINICIUS S FONTES
Enviado por VINICIUS S FONTES em 29/12/2019
Reeditado em 01/01/2020
Código do texto: T6829821
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