ACONCHEGO DOS CONDENADOS
Pago o preço a cada parágrafo
Não grafo, nem versejo; me estraçalho,
Me espremo, me rastejo no atalho
Do traço que calejo em minhas juntas nos galhos
Onde escalo e pelejo, lutas únicas que travo
Com meu próprio eixo, vestido de túnicas e de trapos.
Ouço estalo e vejo, nas vestes rústicas, os rasgos.
A Versos vagos, me atrevo, colho frutos estragados.
Nem me calo e deixo, os gritos tratarem os machucados…
Limpo, não curo, mas fecho, todos os pontos estancados.
De palma aberta, recebo… socos fortes de punhos quebrados.
Me salva o alerta aceso, na ponta dos dedos maculados
Pela relva, de caule rasteiro, semeio grãos mortos e envenenados
Por risos e palavras de apego, no aconchego dos condenados.
08/2019