MEU QUARTO
Em meu quarto preto e branco,
Que estafado emudece meu calar.
Onde ressoa o equilíbrio do pensar,
Trás a tona o enleio do pranto.
Em meu quarto que me adormece,
Estua lembrancas e saudades.
Coberto desta serenidade prevalece,
Valsando a melodia e minhas privacidades.
Em meu quarto branco e preto,
Prende-me enleada a constante ironia.
Torvo ao meu conceito em torná-lo obsoleto,
Embalde a suspiros, e retorno a melancolia.
Em meu quarto que outrora envelheço,
As horas passam, e Abraço a madrugada.
Arrumo meu armário, minhas vestes embuçada,
Ditoso seja o amanhecer, em um célere recomeço.