Grandezas e Migalhas




Conflita-se ao tentar mensurar
o que de fato é grandeza
e o que não passa de ínfimas migalhas.
Confunde-se ao tentar entender a humildade
e esbarrar no servilismo que rejeita com veemência.
Almeja seu desejo de liberdade,
voar entre as estrelas celestes,
mas está mais próximo dos abismos.
São tantos os entulhos da materialidade
que não consegue vislumbrar os espaços do espírito.
Tenta encontrar uma motivação,
tenta achar um objetivo,
um significado que alimente nobre ideal.
Nada encontra no presente,
talvez fosse possível viajar
pelas frestas do tempo e buscar as causas.
Vencer os limites da consciência estabelecida,
retornando ao pretérito para reconquistar o futuro.
Não seria uma fuga, mas tentativa
de dar um senso lógico a amarga existência.
Quem sabe nisto haveria a possibilidade
de aumentar o nível de razão limitado ao cotidiano.
É no esgotamento das satisfações do corpo
que desperta para
a busca da vida do espírito.
Fosse possível,
quem sabe a modificação do destino
não estaria mais flexível por novo arbítrio.
E todo o poder haveria de encontrar-se
com a suprema fragilidade,
reconhecendo-se irmanados.
A mais delicada beleza
envolta pela mais viril e titânica força.
Opostos que complementam-se.
Oponentes que congregam-se
num abraço de paixão,
para fazerem-se um único,
íntegro em meio aos seus pedaços.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 25/12/2019
Código do texto: T6826601
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