extravagâncias de um solitário
era meio dia de um desses domingos
repetidos em nossa existência.
de repente a ideia e a ação.
eu e meu gato abrimos
não uma garrafa de vinho velho
em homenagem ao Deus Baco na solidão
das horas mortas, mas duas latas!
duas latas de sardinha Gomes da Costa
e, de testa, as devoramos como quem
mastiga toda a fome do mundo,
sem ligar pro pecado da gula!
dessa extravagância nada restou!
das latas abertas,
somente as lembranças
e essa confissão envergonhada
do ocorrido.