O não-poema

Meus olhos querem chorar

Como meu peito já faz por anos.

Tenho um canto nunca ouvido

Músicas nunca compostas

Em violões nunca tocados

Que me doem como agulhas nas veias

E pregos nas solas dos pés.

Berram por cima das fortalezas pacíficas do meu ser

Todos os sentimentos nascidos e mortos

Apenas dentro de mim.

Eu tenho uma dor que nunca se vai.

Eu quero gritar

Mas permaneço aqui

Calado

Apenas sentindo

O meu lento e eterno ADEUS.

(Poema do livro Protestos Silenciosos, disponível na Amazon).

Me siga no Instagram: @opoetavaladao