RELUTÂNCIA
As coisas que nós odiamos
Foram cordiais e até amáveis
No passado
Até serem afogadas, sufocadas
Nossas forças findaram
O amor feneceu
Essa via-crúcis dos flagelos
Já foi um prado de encantos
Um prato de delícias
As asas do meu eu lírico
Cansada, eu adormeci
Se todos adormecessem também?
Se mantivessem o espírito belo?
Se sonhassem essas dores?
Se possuíssem o dom raro
Da solidão que não me deixa só?